No dia 25 de abril, Cavaco Silva nas comemorações da
data que simboliza o derrube da ditadura proferiu um discurso que para os
partidos que integram o governo como um apoio, e os partidos da oposição
reagiram negativamente. Cavaco Silva recusou a ideia de eleições antecipadas.
Em primeiro lugar é bem notório que do mesmo modo que Cavado Silva “elogia”
este governo, no 1º mandato de José Sócrates o “elogiava” (embora no final do
2º mandato de Sócrates, e nos dias de hoje critica severamente a atuação do
antigo primeiro-ministro). A partir do momento em que um ou mais partidos têm
maioria absoluta é normal que sejam apoiados pelo Presidente da República. Os
partidos da oposição apenas fazem críticas ao governo, muitas das vezes estão
certos no que dizem. Mas estarem sempre a pedir eleições resolve nada. Cavaco
Silva não apoiou apenas o governo, dez com que a democracia continuasse de modo
normal. Democracia continuar de modo normal, quer dizer, se um governo foi
eleito pelo povo e teve maioria absoluta é normal que seja apoiado pelo chefe
da nação.
Qual o sentido de termos agora eleições? Eu não
percebo muito bem o motivo de eleições antecipadas. É normal que a governação
não é a mais correta, mas em que consiste uma mudança de governo quando pelas
sondagens não há ninguém que possa realmente governar. A oposição pede sempre
eleições, porque acham que é democrático. Mas descuram o preço que novas
eleições iriam custar ao erário público e descuram que não há nenhuma
alternativa efetiva ao governo que comete muitos erros.
É importante pensar na responsabilidade que todos
têm, começando com os partidos da oposição que constantemente querem eleições.
O que resolveriam as eleições neste momento?
Não sou a favor de frases como o “Presidente da
República é o mandatário do governo”, porque mesmo que fale poucas vezes, tem
sido muito assertivo no que diz. O Presidente da República deve fazer com que
não apenas as instituições funcionem, mas deve apoiar quem governa, mesmo que
muitas vezes critique as posições do governo (como aconteceu no passado).
Sabemos bem que qualquer Presidente da República
eleito, que seja de um partido que ideologicamente se aproxime do partido que
faz parte. Mas neste caso Cavaco Silva, faz mais que isso, apoia uma maioria
que é apoiada por dois partidos.
Termino, a considerar que qualquer Presidente da
República, independentemente da ideologia política, deve apoiar o governo que
tenha uma maioria, mesmo que uma minoria queira constantemente eleições.
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