A
educação baseada em valores, em ideias que devem ser seguidas, em ideias alternativas.
Deve de se estabelecer e clarificar certos conceitos que se encontram pré-definidos,
e que a ideia que se deles é muitas das vezes errada. A educação deve ter em
atenção a história, quer a história mais recente, quer a história passada. Deve
dar-se um profundo interesse na história económica e política, para que se
percebam os movimentos passados. É importante que se conheçam quer épocas de
grande prosperidade, quer épocas de grande crise. É fulcral conhecer o passado,
para poder fazer com que o presente seja diferente. Conhecer o passado, não
deve ser apenas de modo ideológico. Por exemplo se me referir ao socialismo
soviético é importante ter o conhecimento de historiadores marxistas e de
historiadores que se opõe ao marxismo. Com este exemplo, quero dizer que não se
deve apenas mostrar uma visão da história, mas diversas versões, do mesmo modo
que me referi ao socialismo soviético, poderia referir-me ao nazismo, ou ao
capitalismo, ou ao feudalismo, ou à monarquia absoluta. É fundamental que se
conheçam as diversas perspetivas para que possa tomar o melhor partido.
Sobre
a economia é fundamental que se conheça esta ciência social. É importante
conhecer a história das ideias económico-políticas. É necessário conhecer
economistas clássicos e contemporâneos. A nível de conhecer a economia é
fundamental conhecer algumas noções quer da macroeconomia quer da microeconomia
e torna-se fundamental conhecer a economia-política. É impreterível conhecer os
diversos movimentos de ideias. Penso, a par da economia, é importante conhecer
a história económica.
Considera-se
muitas das vezes a economia como a principal ciência social. É necessário ter
em atenção que sendo uma das áreas mais importantes, é falível. Em primeiro
lugar porque se trata de uma ciência social, que trata de pessoas, e o rigor
que existe para ciência económica é diferente do rigor que existe na ciência
natural. Em segundo lugar, é necessário ter em atenção que dentro da ciência
económica devem de se pensar em alternativas ao que é defendido. Com isto não
quero dizer que o que se defende seja o mais ou menos correto, não estou a
fazer um juízo de valor sobre a situação que se passa (ou que se passou na data
da escrita deste texto). Para mim, particularmente, a economia é muito
importante para saber o que se passa no mundo contemporâneo, mas sei que em
termos de rigor não é como deveria de ser, refiro-me com isto às falhas que os
economistas têm (algumas falhas são difíceis que colmatar).
Penso
que para uma democracia participativa é necessário ter em atenção a história e
a economia. Mas a par dessas áreas, é importante conhecer as ideias políticas,
quer atuais, quer no passado. A democracia participativa exige que os cidadãos
pensem no que os rodeia. É fundamental que se argumente sobre o que se passe e
sobre o que se passou. A democracia participativa assenta na educação. Com isto
não me refiro a uma educação que seja facilitada. Refiro-me a algo que seja
feito com rigor, num regime de mérito. É importante que quem governe não pense
em algo para o imediato, mas exista um plano para futuro. Isto é, que os planos
para governar não sejam apenas por uma legislatura, mas que tenham um consenso
duradouro, mas acima de tudo que sejam uteis e importantes para os cidadãos.
Apreender os conceitos, esclarecer as ideias, argumentar é um dos papéis que a
educação deve ter. É necessário que se pense no que realmente importa, isto é,
a política é das atividades mais importantes e mais nobres que existe. É
necessário que essa política seja valorizada, recorrendo a uma cidadania que
participe ativamente na sociedade, que pense em alternativas, que se argumente,
que conheça o passado e a economia.
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