domingo, 12 de maio de 2013

Pedro Passos Coelho e António José Seguro: Um caminhar em conjunto


Fala-se constantemente nas diferenças entre Pedro Passos Coelho e António José Seguro. Em primeiro lugar, as diferenças são de partido, em segundo lugar as diferenças são ideológicas, em terceiro lugar são as perspetivas económicas. Tudo o que disse são realmente diferenças. Mas isso toda a gente sabe.
Vamos olhar para as semelhanças entre o atual primeiro-ministro e o candidato do maior partido da oposição. Os dois se formaram em juventudes partidárias. Isto é, o antro de podridão, onde pouco de discute, e onde se pensa que por se ser líder de uma juventude faz com que possa ser um bom candidato para primeiro-ministro. Isso é de todo errado. Como irão gerir o erário público pessoas que nunca souberam gerir uma empresa? (Estar questão até pode não ser formulada dessa maneira, até porque eu posso gerir muito bem uma empresa e não saber gerir o erário público do melhor modo)
Quando olharmos para a formação cultural dos dois senhores doutores (digo doutores com o maior sarcasmo), o que vemos afinal? Que cultura, e conhecimentos têm do mundo? O que pensam realmente pelas suas cabeças e não pelas cabeças dos partidos políticos? O que pensam da história política e económica de Portugal do século XX? O que conhecem da história mundial? Isto, pode parecer algo exagerado da minha parte. Mas, mais importante que executar as ideias dos diversos partidos, é mais importante olhar para este aspeto. Coloco as questões, sei que não terei uma resposta, porque para quem governa apenas o que interessa é chegar ao poder e fazer com que o partido tenha maioria absoluta.
Olho para os dois, mesmo que se digam diferentes não são. Qual a sua ideia sobre o Estado que querem? Sabemos algumas ideias de Pedro Passos Coelho, e que sabemos afinal de António José Seguro? O que conhecem eles afinal, para terem um lugar tao importante (o Pedro já tem esse lugar)?
A questão da diferença entre Coelho e Seguro assemelha-se à suposta diferença entre o PSD e o PS, qual na prática a diferença entre os dois partidos?
Se olharmos para os perfis de cada um, vemos a mesma coisa. Um vazio total de ideias. Um desconhecimento lato da realidade portuguesa. É normal que assim seja, pois se são políticos profissionais descuram tudo o resto. É fácil pedir maiorias absolutas para governar, mais difícil é mudar uma lei eleitoral que poderá ajudar a melhorar a democracia. Mas isso não interessa, pois estaria a tirar o lugar de certos senhores que pouco ou nada conhecem.
Penso que se estamos mal com o Coelho, mas estaremos mal com o Seguro. Isto porque quando são eleitos pelo seu partido, quem os elege é a base e ir contra a base é ir contra o partido, e ir contra o partido é uma traição, segundo eles, bem maior que alterar o sistema económico.
O que produziram para o país, estes dois senhores? O que fizeram para o país, dois antigos líderes de juventudes partidárias?
Afinal, o que haverá de diferente entre Seguro e Coelho? Eu penso que pouco ou nada. Depois vem o aspeto de prometer o impossível. Quando Coelho prometeu que não aumentaria os impostos, mentiu descaradamente, quando aumentou os impostos para os valores mais elevados de sempre. Referente a Seguro, quando este recentemente pediu uma maioria absoluta e que iria conseguir 12 mil milhões de euros para a economia, grande parte desse dinheiro apenas será possível se entidades externas ao governo quiserem dar, o que em certas ocasiões parece difícil.
O que os dois querem (um quis e conseguir – o Coelho), é serem eleitos tendo maioria absoluta de modo a que possam governar a seu bel-prazer. O que interessa é que tenham chegado ao poder, apenas querendo o poder pelo poder.  
Como podem estar preparados para governar, quando pouco conhecem? Como pode querer governar bem, quando a sua formação é na podridão das juventudes partidárias? Como podem governar, quando pouca cultura política têm?
Com um percurso são semelhante, em que separa afinal, Pedro Passos Coelho e António José Seguro? Quando na sua génese os dois caminham lado a lado, mesmo que em caminhos opostos, descuram o mais importante: as pessoas que devem estar no centro da política.

Sem comentários:

Enviar um comentário